A Fundação Banco do Brasil considera a temática da sustentabilidade como aspecto central da sua atuação.
A dimensão ambiental dos empreendimentos apoiados pela Fundação BB concilia desenvolvimento econômico com preservação do meio ambiente. As ações apoiadas englobam iniciativas de conservação e recuperação do meio ambiente.
A busca permanente para que os programas e projetos executados pela Fundação BB atendam aos critérios de responsabilidade socioambiental é declarada inclusive em nossa Política de Sustentabilidade, com destaque para os seguintes aspectos:
a) identificamos e disseminamos iniciativas que promovem o envolvimento das comunidades, a transformação social efetiva e a possibilidade de reaplicação de tecnologias sociais, em âmbito local, regional ou nacional, estimulando práticas ASG;
b) vinculamos ao cumprimento de objetivos e metas, os processos de acompanhamento, o monitoramento e avaliação dos projetos socioambientais, buscando a efetividade em nossas ações.
Questões ambientais são consideradas tanto na elaboração dos editais de seleção de projetos como na análise das propostas oriundas de chamadas diretas.
São considerados nas seleções das ações a serem apoiadas pela Fundação BB, requisitos relacionados aos princípios da sustentabilidade: Ambientalmente corretas; Economicamente viáveis; Socialmente justas, e Culturalmente aceitas.
Os instrumentos de formalização celebrados com os parceiros executores dos projetos apoiados pela Fundação contêm dispositivos que prevêem, por exemplo, a necessidade de licenças ambientais em situação regular durante toda a sua vigência quando se tratam de ações realizadas em áreas de interesse ambiental.
Em 2020, a maior parte do recurso investido pela Fundação Banco do Brasil esteve voltada para ações de mitigação dos impactos da pandemia do Coronavírus, levando alimentos e materiais de higiene para mais de 2 milhões de pessoas em todo o País. Também foram investidos recursos em outras ações de ajuda humanitária, como no caso da enchente em Minas Gerais e Espírito Santo em janeiro de 2020, do ciclone bomba em Santa Catarina em junho/julho e do apagão no Amapá em novembro. Estas ações foram pautadas pela preocupação com a sociedade e mobilizaram também pequenos comerciantes e agricultores, que se tornaram fornecedores de alimentos, materiais de limpeza/higiene, água potável, dentre outros, que viabilizaram a execução das ações.
Para além da ajuda humanitária, a Fundação Banco do Brasil continuou sua atuação no apoio a projetos socioambientais, no âmbito de atuação em assistência a comunidades urbanas e rurais, voltados aos temas de educação e de geração de renda. Foram celebrados convênios de cooperação com instituições sem fins lucrativos para execução de ações sociais nessas temáticas, as quais destacamos as seguintes:
Parceria entre a Fundação Banco do Brasil, a Fiat Chrysler Automobiles - FCA e a Associação Voluntários para o Serviço Internacional - AVSI Brasil, o projeto tem como objetivo reduzir a evasão escolar e melhorar o capital social da comunidade de Jardim Teresópolis em Betim/MG por meio da capacitação de jovens e de lideranças locais.
As atividades do projeto envolvem aulas de música e oficina de formação humana para 360 crianças e jovens da comunidade Jardim Teresópolis, o encaminhamento dos jovens para o mercado da aprendizagem (programa jovem aprendiz), bem como a estruturação de um espaço coworking e a capacitação de 30 lideranças locais para a elaboração de projetos sociais comunitários.
Com os recursos do projeto, serão apoiadas, ainda, 10 ações sociais elaboradas pelos líderes comunitários para atendimento à comunidade local.
Iniciativa em parceria com a Agrodan Social – Associação Sócio-Educacional, Cultural e Ambiental da Agrodan, empresa exportadora de manga, sediada em Belém de São Francisco (PE).
A empresa construiu e mantém em funcionamento a escola Professora Olindina Roriz Dantas, que, atualmente, atende a 265 alunos do maternal ao 7º ano do ensino fundamental. A escola funciona em tempo integral e oferece, além das atividades curriculares, aulas de artes, inglês, espanhol, esportes como atletismo e karatê, dança, robótica, informática com programação, teatro, música, etc. Também são oferecidas quatro refeições diárias e transporte escolar, que garante a frequência das crianças na escola.
Durante a pandemia do coronavírus e com a suspensão das aulas presenciais, a escola buscou se adaptar à necessidade de realização de aulas remotas, porém, nem todos os alunos puderam participar em função da falta de acesso à internet e de equipamentos de informática.
Com a parceria da Fundação Banco do Brasil foram distribuídos tablets e notebooks para todos os alunos, bem como disponibilizada internet nas residências. Além disso, foi estruturado um estúdio para gravação das aulas.
Esses equipamentos e conteúdos serão utilizados não somente no período de pandemia, mas auxiliarão no aprimoramento das ferramentas de ensino (aulas gravadas para o Youtube, reuniões via Zoom, transmissões ao vivo para diferentes grupos, entre diversas outras oportunidades). Entende-se que as ferramentas para aulas remotas e on-line poderão aprimorar a forma de repassar os conteúdos e facilitar o processo de aprendizagem mesmo no período pós-pandemia, como ferramentas complementares às aulas presenciais e atividades de casa.
Parceria com o Instituto Proeza, sediado no Recanto das Emas, região administrativa do DF. O instituto realiza projetos de geração de renda, mediante a profissionalização de mulheres, bem como sua inclusão nos segmentos produtivos da economia, tendo como foco famílias do DF.
O objetivo do projeto apoiado pela Fundação Banco do Brasil é promover geração de renda para mulheres em situação vulnerável, por meio do desenvolvimento de um modelo de negócio social.
Uma das ações de capacitação profissionalizante do Instituto Proeza é o bordado. As mulheres em situação de vulnerabilidade atendidas na instituição recebem capacitação em bordado e confeccionam produtos variados que são comercializados principalmente em feiras.
Essa comercialização precisa ser aprimorada para se tornar algo com maior frequência, garantindo renda para as mulheres atendidas. Para tanto, o projeto conta com a participação de designers e estilistas que orientam o processo produtivo criando coleções e divulgando os produtos.
Uma das primeiras coleções desenvolvidas no âmbito do projeto foi a de tênis da empresa Jorge Bischoff. Foram recebidos em doação 300 tênis para serem bordados pelas participantes do projeto. Esses tênis foram comercializados pela Jorge Bischoff e o valor total da venda foi repassado às mulheres que trabalharam na confecção.
Também estão sendo elaboradas peças de crochê para “encapar” o prédio do Instituto Proeza, o qual se pretende, ao final da pandemia, se torne um local de visitação e compras, gerando renda para as mulheres envolvidas no projeto.
Parceria entre a Fundação Banco do Brasil e a ONG Orientavida, o projeto tem como objetivo contribuir para a detecção precoce do câncer de mama e garantir tratamento adequado e tempestivo às mulheres de municípios do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste, onde há demanda represada por exames diagnósticos para o câncer de mama.
Há um processo de concertação com as secretarias de saúde dos municípios participantes do projeto, de forma a viabilizar a redução da fila de espera para realização da mamografia, oferecendo a realização dos exames em laboratórios particulares. Em contrapartida, a Secretaria de Saúde garante que as mulheres com resultados positivos sejam incluídas no tratamento disponibilizado pelo SUS.
O público-alvo do projeto são mulheres acima de 40 anos, em situação de vulnerabilidade e que aguardam a realização de exames diagnósticos para o câncer de mama em fila de espera do SUS.
As mulheres participantes do projeto são acompanhadas pela Orientavida desde a sua seleção na fila de espera para realização do exame diagnóstico, passando pela realização de exames complementares, se for necessário, até o assessoramento psicossocial e jurídico para o acesso ao tratamento adequado e tempestivo pelo SUS.
Serão atendidas 3000 mulheres com exame de mamografia e outros exames complementares, quando for o caso.
A pandemia do Coronavírus impactou de maneira significativa a execução dos projetos socioambientais durante o ano de 2020. Ainda assim, alguns parceiros, com as adaptações necessárias à segurança dos participantes e das equipes profissionais, puderam manter o funcionamento dos projetos socioambientais que já se encontravam em andamento, fruto de convênios celebrados com a Fundação Banco do Brasil em anos anteriores, obtendo resultados positivos na transformação da vida das pessoas. A seguir, apresentamos alguns exemplos:
Iniciativa alinhada ao objetivo para o desenvolvimento social – ODS04 – Educação de Qualidade:
assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos, o projeto contribui para inclusão de pessoas com deficiência visual realizada em parceria com Instituto Legado de Empreendedorismo Social com sede no Paraná. O projeto tem como objetivo validar, normatizar e disseminar o sistema Código Universal de Cores.
O Projeto Código Universal de Cores refere-se a uma representação de pontos em relevo que permite a identificação de cores por pessoas daltônicas, pessoas com baixa visão e cegos. Trata-se de uma solução concreta constituída por pontos em relevos assim como o Braille, e garante sua aplicação em livros didáticos, gráficos, mapas, materiais pedagógicos, desenhos, além de pequenas e grandes peças, como brinquedos, entre outros, gerando uma infinidade de aplicações, inclusive, nas produções de textos acoplados à escrita Braille.
Tendo em vista o sentimento de exclusão pelas pessoas com deficiência visual na sociedade contemporânea em que o destaque visual é enfatizado pelo colorido das coisas, a percepção das Cores, a partir do Código Universal, torna-se imprescindível para essas pessoas. Uma vez que estas quando não conseguem fazer o reconhecimento, parcial ou total das cores, sentem-se excluídas e dependentes de terceiros para o reconhecimento das mesmas.
O investimento social da Fundação para desenvolver as atividades foi de aproximadamente 150 mil reais destinados a executar, dentre outras metas, a de produção de um painel interativo do código universal de cores e a realização de uma exposição desse painel em locais públicos de alta circulação de pessoas, além de pesquisas quanto a usabilidade do código e a normatização e certificação do código baseado em sistema braile. Serão 60 participantes diretos e centenas de indiretos que poderão se beneficiar do código, a ideia é disponibilizar para escolas e outras instituições de ensino.
A validação do código está em andamento no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e a normatização junto ao INMETRO.
Em 2018/19 a Fundação Banco do Brasil lançou o Edital de Reaplicação de Tecnologias Sociais. Uma das instituições habilitadas nesse edital foi a Associação Cristã de Base – ACB, de Crato (CE) com um projeto cujo objetivo foi melhorar a gestão e a utilização dos recursos hídricos em comunidades quilombolas nos municípios cearenses de Salitre, Araripe, Potengi e Porteiras.
A ação foi voltada para a implementação de Cisternas Chapéu do Padre Cícero, Sistemas de Bioágua Familiar e Quintais Produtivos, no intuito de possibilitar aumento de renda e qualidade de vida.
Essas tecnologias sociais são estratégias de convivência com o semiárido e possuem importância significativa para um sistema resiliente de viabilização de água para produção e qualidade de vida durante todo o ano, inclusive nos períodos de estiagem, pois envolvem a captação de água de chuva, o reuso de água e a produção agroecológica para garantia da segurança alimentar e geração de renda para as famílias ali residentes.
Foram implantadas 70 unidades integradas da cisterna Chapéu de Padre Cícero e Quintais Produtivos e, 25 sistemas de bioágua na região com os recursos do projeto.
Como resultado da implantação das tecnologias sociais e da realização das capacitações, as mulheres quilombolas estão conseguindo manter a água durante todo o ano e, com os quintais produtivos, já comercializando seus produtos, garantindo sua segurança alimentar e a geração de renda.
O investimento foi de R$ 934 mil para atender cerca de 100 mulheres quilombolas e suas famílias.
A Associação de Bairros de Produtores Rurais de Caconde e Região – Abapruc, foi contemplada na Chamada Direta PIS BB Fundação BB/2019 para contribuir para o desenvolvimento econômico e social na produção de café com sustentabilidade aos agricultores de Caconde (SP). O investimento de R$ 235 mil beneficiou cerca de 25 produtores rurais da região com a aquisição de um trator e um caminhão. Esta aquisição propiciou um aumento significativo da extensão de área cultivada do café e da quantidade de sacas/hectare de café beneficiado.
O projeto possibilitou a implementação de um processo de transição de agricultura convencional para sistemas agroecológicos e orgânicos. O uso do trator durante o período de tratos culturais permite a adoção de boas práticas agrícolas, sem a aplicação de herbicidas. O caminhão tirou a dependência de terceiros no transporte de insumos e no escoamento da produção, o que, no período da pandemia e restrições sanitárias impostas, proporcionou um maior volume de produtos comercializados.