GRI 103-2 | 103-3 | G4-DMA
A Fundação Banco do Brasil dialoga com os diversos públicos e realiza ações que buscam promover a melhoria da qualidade de vida de todos os brasileiros, sem qualquer distinção.
Em destaque, algumas iniciativas e projetos apoiados durante o ano de 2020 que demonstram a atuação nos temas diversidade, igualdade e inclusão.
No dia internacional das mulheres, a Fundação BB realizou um debate sobre empoderamento feminino. Marina Schneider, da startup EuCarbono e Kátia Ferreira, do Instituto Proeza, participaram do evento e contaram um pouco da trajetória delas.s brasileiros, sem qualquer distinção.
Marina destacou como começou a pensar sobre consumo consciente. “Um belo dia eu estava dirigindo o meu carro e me veio uma pergunta na minha cabeça: por que a montadora é punida por emitir estes gases na natureza e quem dirige não recebe punição?”. Foi esta pergunta que motivou a publicitária Marina Schneider a pensar em uma alternativa que unisse a natureza e o consumo.
A solução encontrada foi a criação da EuCarbono: uma plataforma para comercialização de produtos e serviços de empresas comprometidas com o meio ambiente, que cause o menor impacto negativo ao planeta. Além disso, 10% do lucro da empresa é revertido em projetos de recuperação do meio ambiente.
Katia Ferreira passou a ter consciência sobre os problemas que as mulheres enfrentam depois que começou a dar aulas de costura e bordado. Diante da violência doméstica, do abandono, da falta de emprego, a empreendedora social começou a desenvolver ações para gerar renda para as mulheres e assim elas poderem romper com o ciclo da violência e exclusão social.
“Com elas eu aprendi a minha vocação, que não era costurar ou bordar, mas dizer para cada uma delas que elas tinham capacidade, que elas podiam mudar de vida”, conta Kátia.
Em 2003, Kátia criou o Instituto Proeza para apoiar mulheres em situação de vulnerabilidade social e, desde 2018, a Fundação BB apoia um dos trabalhos desenvolvidos pela entidade, o projeto "Reuso de Resíduo Têxtil e Produção Comunitária de Pães e Alimentos” na região administrativa do Recanto das Emas/DF localizada a 25 quilômetros de Brasília.
Em 17 anos, o Proeza já capacitou mais de 2 mil mulheres e atende diariamente 268 famílias.
A imponência feminina reina nos lares. Em sua maioria, são as mulheres que cuidam da casa, da limpeza, das refeições, do cuidado com os filhos e, ainda, trabalham fora. E se além de tudo isso, elas também comandassem as obras e reformas de seus espaços? É com esta proposta que a Arquitetura na Periferia, do Instituto de Assessoria a Mulheres e Inovação - IAMÍ, de Belo Horizonte (MG) foi uma das finalistas na categoria Cidades Sustentáveis e/ou Inovação Digital do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2019. A iniciativa conquistou o 2º lugar e recebeu R$ 30 mil pela metodologia, além da certificação de Tecnologia Social.
“É o reconhecimento social, ficamos satisfeitas em entender que nosso método é uma tecnologia que pode ser reaplicada. Além de tudo, a certificação é importante, pois ela transmite confiabilidade em nosso trabalho e nos possibilita investir em parcerias, editais e novos projetos. E o incentivo financeiro ajudou a construir nos primeiros meses de 2020, auxiliou a manter atividades administrativas e nos organizar para dar continuidade ao projeto”, conta Mari Borel, arquiteta da iniciativa Arquitetura na Periferia.
O projeto Arquitetura na Periferia reúne e capacita mulheres para a independência do instalar, reformar e construir a sua própria casa. O grupo atua no oferecimento de assessoria técnica a grupos de mulheres da periferia por intermédio de um processo em que elas são apresentadas às práticas e técnicas de projeto e planejamento de obras, e recebem um microfinanciamento para que conduzam com autonomia e sem desperdícios as reformas de suas casas.
Fazendo a diferença na vida de mulheres desde 2014, a metodologia atendeu 61 mulheres, e teve 300 pessoas impactadas diretamente.
O Projeto Inserção Juvenil na Economia Digital, realizado entre a Fundação BB e a Cesar School, foi idealizado com o propósito de preparar os jovens participantes do AABB Comunidade para o mercado de trabalho, com a ampliação do uso de novas tecnologias da informação e comunicação (TICs) que favoreçam o processo educativo deste público.
A iniciativa foi dividida em áreas de abrangência, com dez cidades no Nordeste, oito cidades no Sul e uma no Centro-Oeste. Foram desenvolvidas nas AABBs do Nordeste atividades como o estudo exploratório, produção de material didático, formação de educadores e a reaplicação do aprendizado junto aos educandos.
Marcela Cox, gerente de projetos educacionais da Cesar School, explicou que o projeto disponibilizou aos educadores cursos de ensino à distância vinculados à Economia Digital. Foi desenvolvido também no Ciclo do Empreendedor Titã (CET) um tabuleiro para a resolução de problemas reais. Neste jogo os jovens são apresentados a situações espelhadas em problemas da realidade e são incentivados a buscarem soluções de forma colaborativa. Em um terceiro momento foi trabalhado com os educandos e educadores a Conexão Jovem e Mercado.
Foram apresentadas aos participantes as principais exigências do mercado e as ferramentas necessárias para uma boa inclusão no mundo do trabalho e, a partir desse contexto, os participantes puderam desenvolver atividades de empreendedorismo digital, produção audiovisual, assim como habilidades socioemocionais.
Um dos frutos das atividades é o Álbum de Titãs, construído a partir da tecnologia social Conexão Jovem e Mercado. Foi despertado neste trabalho o potencial de 480 jovens das dez cidades nordestinas integrantes do AABB Comunidade. O Álbum de Titãs tem o objetivo de apresentar os participantes à novas conexões para o mercado de trabalho e traz o objetivo profissional, os cursos realizados, habilidades e contatos dos jovens.
O programa AABB Comunidade, que integra família, escola e comunidade, proporciona complementação escolar a crianças e adolescentes de famílias de baixa renda e com idade entre seis e 18 anos incompletos.
Algumas tarefas do cotidiano, como acessar um site, podem não ser um problema para uma parcela da sociedade, mas para os deficientes auditivos não são tão simples. E, para mudar este cenário, a equipe do Núcleo de Pesquisa e Extensão Lavid, do Centro de Informática da Universidade Federal da Paraíba (CI/UFPB) desenvolveu o VLibras, uma plataforma tecnológica aberta, colaborativa e inovadora de inclusão digital que permite que pessoas surdas possam acessar conteúdos digitais na sua língua natural em diversos contextos.
A ideia de desenvolvimento aconteceu quando o Centro de Informática da UFPB - Universidade Federal da Paraíba recebeu Hozana Raquel, a primeira aluna surda do curso de Ciência da Computação, em 2009. Na ocasião, a UFPB não tinha intérpretes de Libras contratados que pudessem acompanhá-la nas aulas. A necessidade de integrar Hozana às rotinas acadêmicas motivou pesquisadores do Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital (LAVID) a projetar uma solução que pudesse ajudá-la no acesso ao material para estudar e no processo de comunicação com os professores. O projeto foi evoluindo e com parcerias entre a UFPB, o Ministério da Economia (ME), Secretaria de Governo Digital (SGD) e a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), a Suíte VLibras vem sendo continuamente construída e aperfeiçoada desde 2011.
A plataforma de código aberto é gratuita e traduz automaticamente conteúdos digitais em diversos suportes (textos, áudios e vídeos) para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) através de um Avatar 3D, tornando computadores, dispositivos móveis e websites acessíveis para pessoas surdas. Os componentes da ferramenta podem ser livremente integrados a qualquer fonte de conteúdo digital. Seu dicionário 3D é um dos maiores do tipo do mundo, com quase 17 mil sinais.
Coordenador de desenvolvimento do VLibras, Tiago Maritan ressalta que, atualmente, as pessoas com deficiência auditiva têm um pouco mais de dificuldade para acessar cursos superiores e ter um posicionamento melhor no mercado de trabalho. “Isso ocorre principalmente porque não há acessibilidade plena, acesso à informação adequado para eles em todos os meios. Como o resto da população não é proficiente em Libras, eles acabam dependendo dos intérpretes humanos para se comunicar e acessar informações. Mas isso vem melhorando com o tempo. Tenho sentido alguns avanços nisso com relação a conscientização, políticas públicas e novas tecnologias que aos poucos vão ajudando a eliminar essas barreiras”, explica.
Reconhecimento
Certificada no Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2019, a solução contabiliza mais de 200 mil downloads, cerca de 6 milhões de acessos diários, e é utilizada em 600 mil páginas na web. “É um projeto que nos enche de orgulho. A sua motivação e finalidade é fonte de empatia imediata e de gratificação permanente para todos os surdos, intérpretes, linguistas, alunos, docentes, pesquisadores e demais profissionais que tiveram a oportunidade de contribuir com o seu desenvolvimento durante todos esses anos. A certificação do VLibras como uma tecnologia social ativa e útil é um verdadeiro prêmio para todos nós”, destaca Tiago Maritan.
Integração e referência
O VLibras é usado diariamente em milhões de acessos de todos os seus componentes. Está nativamente integrado em todos os sites do Governo Federal, além de diversos outros portais de entidades públicas e privadas, a exemplo da Câmara dos Deputados, Senado Federal, de Tribunais Regionais, Prefeituras, Governos do Estado, entre outros. “Recebemos relatos frequentes de iniciativas e novos trabalhos acadêmicos em universidades do Brasil inteiro que estão utilizando o VLibras para que as suas soluções, ferramentas e novas tecnologias já estejam disponíveis de forma acessível para a comunidade surda. Isso nos enche de orgulho e é um reconhecimento bacana que o nosso trabalho está ajudando de alguma forma”, conta Tiago.
Com sua força inovadora, o projeto também foi usado como referência na especificação ABNT 15610-3, que define o padrão para transmissão de conteúdos em Libras no Sistema Brasileiro de TV Digital.
A Fundação Banco do Brasil e o Instituto Magnus firmaram a parceria “Educação para inclusão: um olhar para a vida”, que tem por objetivo promover ações educativas para desenvolver habilidades e a autonomia de pessoas com deficiência visual por meio do uso do cão-guia.
A iniciativa foi desenhada para ser desenvolvida em quatro etapas: fase de socialização do cão-guia com famílias socializadoras por 12 meses; treinamento do cão (quando ele retorna ao Instituto Magnus para ser treinado e se tornar apto a ser um cão-guia); formação de novos instrutores e palestras e capacitações para mobilizar as pessoas a se envolverem com a causa do cão-guia.
Para o representante do Instituto Magnus, Thiago Pereira, a parceria é de grande importância, pois alia a solidez de uma instituição consolidada, como a Fundação BB, com a proatividade e o dinamismo do Instituto Magnus. “A Fundação é uma instituição extremamente séria e transmite ainda mais credibilidade ao nosso trabalho. Nosso desejo é que consigamos prosperar cada vez mais lado a lado”, completa Thiago.
Junto à formalização foi lançada a área do doador do cão-guia, com o objetivo de sensibilizar as pessoas a se conscientizarem sobre a importância de formar cães-guias no Brasil para facilitar a mobilidade das pessoas com deficiência visual e captar recursos para a causa.
No Brasil, há aproximadamente sete milhões de pessoas com deficiência visual, segundo dados do IBGE e apenas 200 cães-guias em atividade. Grande parte destes animais receberam treinamento em instituições internacionais e a parceria entre a Fundação BB e Instituto Magnus pretende ampliar o número de cães treinados no país e possibilitar acesso às pessoas com deficiência visual.