O processo de avaliação dos programas e projetos da Fundação BB foi revisado em 2020 para agregar maior robustez, eficiência, eficácia e agilidade. O modelo aprovado aprimora o processo avaliativo, conferindo maior efetividade aos resultados, segurança e disponibilidade das informações geradas e transparência às ações executadas. Além disso, o arcabouço de informações geradas pela avaliação poderá identificar os pontos fracos e fortes de programas e projetos e/ou oferecer estratégias para melhoria continuada.
Visando esse aprimoramento em todas as etapas do processo de avaliação, a Fundação BB se pautou em referências bibliográficas, encontros com membros do GIFE e da Rede Brasileira de Monitoramento e Avaliação, além de benchmarking com instituições do Terceiro Setor. A experiência contribuiu para ajustes no processo de definição de indicadores, meios para coleta e tratamento dos dados, e divulgação dos resultados.
Entre os desafios enfrentados, destaca-se a necessidade de aplicação das pesquisas de avaliação integralmente à distância. Desta forma, em 2020 foram realizadas avaliações de Marco Zero Marco Zero é a coleta de dados da situação inicial dos projetos e seus participantes. Seu objetivo é realizar uma análise situacional da realidade dos diferentes atores sociais ou ambientais envolvidos no início de um projeto. As informações levantadas nesta fase servirão para orientar o planejamento das ações futuras e servirão de guia para as outras fases de execução, bem como poderão ser utilizadas para medição dos impactos socioambientais das ações realizadas. da segunda etapa do Programa Ecoforte Redes, Marco Um O Marco Um é aplicado após o final da execução dos projetos para fins de comparação com o Marco Zero e apuração dos resultados dos projetos. do Projeto Nossa Feira Popular Solidária e avaliação de resultados da Ação Humanitária Covid-19.
A seguir são abordados os principais resultados observados em algumas das avaliações:
Realizado em parceria com o Banco Nacional do Desenvolvimento Social - BNDES, o Programa integra a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica - PNAPO e objetiva apoiar projetos territoriais de redes de agroecologia, extrativismo e produção orgânica, voltados à intensificação das práticas de manejo sustentável de produtos da sociobiodiversidade e de sistemas produtivos orgânicos e de base agroecológica.
A segunda fase do Programa se deu por meio do Edital 2017/030, em que foram selecionados 28 projetos de consolidação e estruturação de novas redes, viabilizando atendimento a 9.945 participantes diretos e investimento social totalizando R$ 25 milhões.
A equipe de avaliação da Fundação BB realizou avaliação de Marco Zero da iniciativa, observando características gerais e variáveis relacionadas às redes, empreendimentos e participantes apoiados, obtendo os seguintes resultados:
40% dos empreendimentos que compõem as redes são associações e
9% cooperativas;
50% das redes promovem treinamentos e intercâmbios voltados
especificamente para as mulheres;
40% das redes nunca acessaram outras políticas públicas;
33% ddos empreendimentos utilizam simultaneamente controles
contábeis, de produção e de pessoal no seu processo de gestão;
91% dos empreendimentos possuem mulheres ocupando
funções de lideranças;
43% dos empreendimentos entendem que o suporte oferecido pelas
redes precisa ser melhorado;
56% dos participantes são do sexo feminino;
R$ 1.228 foi a renda média líquida mensal por participante;
63% dos participantes nunca acessaram recursos do Pronaf - Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar;
64% não possuem certificação em produção orgânica ou agroecológica.
Essa ação, implementada no âmbito da estratégia Município Mais que Digital – MMQD, do Banco do Brasil, teve como objetivo fortalecer as feiras livres como espaços socioculturais e de convivência, por meio do envolvimento dos atores locais em diversas iniciativas, a revitalização dos espaços de circulação, bem como ações voltadas à educação financeira e à responsabilidade socioambiental.
Em parceria com a Cáritas Brasileira, foram investidos R$ 10,3 milhões para revitalização das feiras presentes em 21 municípios dos Estados do Maranhão, Piauí, Paraíba e Bahia, com atendimento a 2.768 feirantes.
A avaliação de Marco Um possibilitou comparar os indicadores mensurados no ano de 2018 (Marco Zero) e evidenciar os seguintes resultados da intervenção:
incremento de 4% na renda direta dos feirantes;
aumento em 12 pontos percentuais na quantidade de feirantes
que utilizam meios digitais na comercialização;
variação de 23 pontos percentuais dos feirantes com capacitações
em Educação Financeira;
58% dos feirantes consideram que houve aumento na quantidade
de clientes e de atividades culturais na feira;
43% consideram que a feira está mais limpa atualmente;
79% consideram que houve melhorias nas condições de trabalho.
Observou-se que o projeto foi exitoso quanto à organização e melhoria das condições de trabalho dos feirantes e circulação dos clientes nas feiras livres atendidas. As capacitações em educação financeira e a revitalização dos pontos de coleta do lixo também foram aspectos positivos da ação.
No entanto, a pandemia ocasionada pela Covid-19 prejudicou a dinâmica de funcionamento das feiras, afetando a renda direta dos feirantes e o processo de mobilização dos agentes bancários na implementação da estratégia Município Mais que Digital, do Banco do Brasil.
Importante iniciativa realizada em 2020 teve por objetivo minimizar os impactos negativos às populações afetadas pela pandemia causada pelo novo coronavírus, promovendo ações de assistência e de acesso e manutenção de direitos humanos básicos.
A ação foi realizada em parceria com o Governo Federal, por meio do projeto Arrecadação Solidária, BB Seguros, Banco Votorantim, Cooperforte, além de doações espontâneas, com investimento social total de R$ 60,3 milhões utilizados na aquisição de 9,8 mil toneladas de alimentos distribuídos para 1,7 milhão de pessoas, contemplando ações específicas junto aos agricultores familiares e idosos atendidos por ILPI’s (instituições de longa permanência para idosos).
O processo avaliativo objetivou contribuir para melhorar a eficácia e eficiência das ações humanitárias, a resposta das organizações ante as calamidades e a transparência durante o processo de prestação de contas.
Além dos números anteriormente informados, foram observados os seguintes resultados da ação humanitária:
49% dos agricultores familiares atendidos obtiveram um rendimento
médio na faixa acima de R$ 1.000;
para 39% dos agricultores, os recursos supriram as necessidades básicas
da família por 4 semanas;
para 43% dos idosos e 41% do público em geral, os recursos providos
pela Ação foram suficientes para 4 semanas;
56% das instituições utilizaram equipamentos públicos para viabilizar
as doações;
50% das instituições classificaram como “muito satisfeitas” com relação
ao tempo decorrido entre a formalização junto à Fundação BB e o
recebimento dos recursos;
o tempo médio de entrega das cestas básicas para o público foi entre 5 e 10 dias;
94% das instituições classificaram a atuação da Fundação BB no
enfrentamento da Covid-19 como “muito importante”;
100% das instituições contaram com atuação de pessoas voluntárias.